Isto não é Hollywood
A gente vive na cidade enganada, a gente nem sabe onde é que mora.
Todos os dias a gente pensa que hoje é que é o dia e que este é que é o sítio onde as coisas acontecem. Mas aqui não acontecem coisas, acontecem só imitações das coisas.
Isto não é Hollywood, bebé. Isto não é Hollywood.
A gente aqui a pensar que cria obras-primas e a gente só cria ranço, bafio e nojo. A gente faz mais falta e dá mais jeito nas obras públicas do que nas obras-primas.
Viemos para a cidade a julgar que era grande, afinal isto é pouco mais que pequeno. Porque é sempre igual e está sempre longe das cidades de verdade, das metrópoles a sério, com gente a sério. Gente daquela que importa.
A gente aqui a contentar-se com colinas e com o Tejo. Mas a gente sonhava era com gins tónicos de fim de tarde em Sunset Boulevard, a ver passar os artistas, “olha, vai ali o Johnny Depp... anda cá, bebe um com a gente”. A gente gostava era de dizer adeus e boa tarde à Natalie Portman. A gente queria mesmo era flirtar com a Scarlett Johanssen na padaria. O que a gente adorava ter um pontiac descapotável ou um hummer como os das séries de investigação criminal ou um chevrolet do tamanho de uma camioneta de carga, com uns cornos de barrosã – mas das americanas – lá à frente.
E ficar ali, estar na moda, esperar pacientemente pelo dia em que a vida muda, em que vale a pena ter nascido, vale a pena ter tido borbulhas na adolescência, vale a pena ter falhado, ter perdido, ter sofrido, ter chorado, ter acordado outra vez, todos os dias. Porque ali as coisas acontecem mesmo. Ali a vida pode mudar um dia.
Agora aqui é sempre a mesma pobreza, a mesma desistência. Até as vitórias são forjadas. E nem as derrotas são feitas de dor genuína.
Como é que uma pessoa pode sentir dores a sério se isto, nada disto é a sério, nada acontece, e as coisas que surgem são imitações das verdadeiras coisas?
Isto não é Hollywood, bebé....
Todos os dias a gente pensa que hoje é que é o dia e que este é que é o sítio onde as coisas acontecem. Mas aqui não acontecem coisas, acontecem só imitações das coisas.
Isto não é Hollywood, bebé. Isto não é Hollywood.
A gente aqui a pensar que cria obras-primas e a gente só cria ranço, bafio e nojo. A gente faz mais falta e dá mais jeito nas obras públicas do que nas obras-primas.
Viemos para a cidade a julgar que era grande, afinal isto é pouco mais que pequeno. Porque é sempre igual e está sempre longe das cidades de verdade, das metrópoles a sério, com gente a sério. Gente daquela que importa.
A gente aqui a contentar-se com colinas e com o Tejo. Mas a gente sonhava era com gins tónicos de fim de tarde em Sunset Boulevard, a ver passar os artistas, “olha, vai ali o Johnny Depp... anda cá, bebe um com a gente”. A gente gostava era de dizer adeus e boa tarde à Natalie Portman. A gente queria mesmo era flirtar com a Scarlett Johanssen na padaria. O que a gente adorava ter um pontiac descapotável ou um hummer como os das séries de investigação criminal ou um chevrolet do tamanho de uma camioneta de carga, com uns cornos de barrosã – mas das americanas – lá à frente.
E ficar ali, estar na moda, esperar pacientemente pelo dia em que a vida muda, em que vale a pena ter nascido, vale a pena ter tido borbulhas na adolescência, vale a pena ter falhado, ter perdido, ter sofrido, ter chorado, ter acordado outra vez, todos os dias. Porque ali as coisas acontecem mesmo. Ali a vida pode mudar um dia.
Agora aqui é sempre a mesma pobreza, a mesma desistência. Até as vitórias são forjadas. E nem as derrotas são feitas de dor genuína.
Como é que uma pessoa pode sentir dores a sério se isto, nada disto é a sério, nada acontece, e as coisas que surgem são imitações das verdadeiras coisas?
Isto não é Hollywood, bebé....
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