Era quase uma vez no Oeste
O verão parecia que nunca mais acabava. O sol queimava a pele. Parecia que até queimava a paisagem. As longas planícies, de perder de vista, todas amarelas. Búfalos a pastar, ruminando com calma e desinteresse, de cabeça baixa. Os cavalos – os que ainda eram selvagens, não o meu, que era domado e obediente, embora um pouco distraído – passeavam, como se se exibissem, vaidosos. Mas o calor não lhes permitia grandes correrias. Vi uma carroça a vir na nossa direcção. Receei que fosse o Billy the Kid ou algum malvado da mesma espécie. Depois disse baixinho, para comigo “antes o Billy do que mais uma cambada desses Sioux ou Apaches ou lá como raio se chamam os índios”. Caramba, o Wild West era mesmo selvagem. Selvagem e quente. Preparei a pistola. Não, não era pistola. Era uma espingarda. Não, também não era isso. Era um revolver. Acho que era… Acho que não percebo muito de cowboys. Quem é que eu quero enganar? Nunca poderei escrever como deve ser sobre índios e cowboys. Da minha experiência, o mais parecido com cowboiadas que eu vivi foi nos tempos em que andávamos à pedrada, lá na rua. Uma vez parti o nariz ao Migalha. Passámos a chamá-lo Migalha Vermelha.
2 Comments:
eheheh
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